Minha História

    Quem nunca teve um amor quando criança? Quem nunca sofreu com o término do primeiro relacionamento da adolescência? Quem nunca amou sem ser amado e ainda assim acredita no amor? Eu passei por tudo isso e acredito que você também. Então estamos juntos nesse barco de corações feridos por este sentimento tão lindo e perigoso que é o amor. Mas deixa eu te contar um pouco sobre minha trajetória nesse mundo da literatura.

    Aos 9 anos de idade eu escrevi o meu primeiro poema, para uma menina que morava na rua da casa da minha avó, onde eu passei boa parte da minha infância. Era um poema romântico comparando-as ao sol, a lua, ao vento, as estrelas e a tudo de mais perfeito que eu conseguia imaginar. Eu não lembro muito bem se cheguei a entregar pra ela, mas nunca tivemos nada, afinal éramos apenas duas crianças fofas e inocentes que sequer sabiam beijar.

    Eu não tinha noção do meu talento para a escrita e somente aos 15 anos voltei a escrever outro poema, para um trabalho escolar. Apesar dele ter sido eleito pela professora como o melhor poema da turma e ter ganho nota máxima, ainda não era o nosso momento.

    Mas no ensino médio, me apaixonei por uma garota com a qual vivi o que jurava ser o amor da minha vida até nos conhecermos e ver que não tínhamos absolutamente nada a ver um com o outro. O término foi uma decepção muito grande, e coincidentemente ou fruto do destino, na mesma semana um grande professor de Literatura que tive a honra de ser aluno recitou na mesma aula um soneto de Camões(Amor é um fogo que arde sem se ver) e logo em seguida um do Vinicius de Moraes(Soneto de Fidelidade). Aquilo me arrepiou de uma maneira tão mágica que até hoje não consigo explicar.

    Poucos dias depois voltei a me reencontrar com a poesia e escrevi o que considero o meu primeiro poema, "Refúgio", e não parei mais. Sofri, parei de sofrer, sofri de novo, parei de sofrer novamente e nesse ciclo de prazeres e decepções que parece não ter fim eu sigo sempre com a escrita ao meu lado, me fazendo companhia sempre que preciso.